Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

O mercado pecuário brasileiro segue aquecido neste início de novembro, impulsionado pela retomada das chuvas e pela forte demanda por bezerros Nelore. As vacas magras também registram boa liquidez, refletindo o interesse de confinadores diante da escassez de garrotes na região. Com leilões movimentando mais de 90% das ofertas e escalas curtas nos frigoríficos, o setor mantém ritmo firme. O leiloeiro Moacir Naves, no entanto, projeta que o preço do boi gordo deve se estabilizar até o fim do ano.

O mercado do boi mantém forte ritmo de alta, impulsionado pela combinação de demanda interna aquecida e exportações recordes. No mercado paulista, a arroba já ultrapassa R$320 e mira os R$330, enquanto o Brasil soma mais de 2,45 milhões de toneladas de carne bovina embarcadas no ano. Vlamir Brandalizze também chama a atenção para os setores de frango e suíno, que registraram volumes históricos de exportação em outubro, consolidando 2025 como um ano de desempenho excepcional para as proteínas animais brasileiras.

Mesmo com safra menor e exportações em alta, o mercado do feijão ainda não decolou neste início de novembro. Os preços do feijão carioca variam entre R$190 e R$260 a saca de 60kg, enquanto o feijão preto mantém leve pressão de alta, mas com poucos negócios efetivos. Problemas climáticos no Paraná reduziram a produtividade e afetaram a qualidade das lavouras, agravando o cenário de oferta limitada. Vlamir Brandalizze projeta maior movimentação do varejo nas próximas semanas para impulsionar as cotações.

O mercado do arroz segue travado no Brasil, com preços estáveis entre R$54 e R$58 a saca de 50 kg no Rio Grande do Sul e baixa movimentação entre produtores e indústrias. A expectativa pela liberação dos programas de apoio da Conab, como AGF, PEP e Pepro, mantém o setor em compasso de espera, enquanto o varejo resiste a novos repasses e o ritmo de vendas continua lento. No campo, Vlamir Brandalizze chama a atenção para o plantio da safra gaúcha, que avança para a reta final sob risco de chuvas nos próximos dias.

Em plena colheita, o mercado do trigo no Brasil enfrenta baixa liquidez e queda nas cotações, mesmo com viés positivo nas bolsas internacionais. No Rio Grande do Sul, produtores aceleram os trabalhos para escapar das chuvas previstas, enquanto o preço da tonelada recua para entre R$1.070 e R$1.090, os menores níveis do ano. Vlamir Brandalizze ressalta que esse cenário é reflexo  da cautela dos moinhos e o fraco ritmo de compras no mercado interno.

O mercado do milho mantém viés de alta, impulsionado pelo forte ritmo da colheita nos Estados Unidos e pela crescente demanda interna no Brasil. O país, inclusive, deve atingir recordes históricos nos setores de ração e etanol até 2026. Com 6,6 milhões de toneladas ainda nas mãos dos produtores, o mercado nacional aguarda apoio das cotações em Chicago para sustentar novas altas nos portos. Quem avalia esse cenário é Vlamir Brandalizze.

O mercado internacional da soja segue travado diante da cautela da China nas compras dos Estados Unidos e da valorização do dólar. Isso tem pressionado as commodities agrícolas e limita altas na Bolsa de Chicago. No Brasil, o plantio avança lentamente — atingindo 55% da área, abaixo da média histórica — após semanas de estiagem. Apesar do atraso, o país deve registrar novo recorde de exportações de soja e derivados em 2025. Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, comenta sobre os impactos do atraso da soja para o calendário agrícola de 2026.

A safra brasileira de cana-de-açúcar 2025/26 está estimada em 666,4 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 1,6% em relação ao ciclo anterior, segundo a Conab. Apesar do aumento na área plantada, a produtividade média nacional recuou 3,8% devido ao clima adverso, marcado por seca, chuvas irregulares e excesso de calor, especialmente no Centro-Sul. No Sudeste, principal região produtora, a colheita deve cair 4,4%, enquanto o Norte também deve registrar leve redução. Acompanhe a reportagem de Flávia Agnello.

O mercado do feijão encerrou outubro com queda nos preços e preocupação entre produtores, especialmente no Paraná, onde a área plantada deve ser uma das menores da história, com estimativa de menos de 100 mil hectares, segundo a Secretaria da Agricultura do Estado (SEAB). Enquanto o feijão carioca registrou leve recuo em São Paulo e em Minas Gerais, com valores entre R$250 e R$265 por saca, o feijão preto teve queda de até 13% no Paraná, chegando a R$140. Marcelo Lüders, presidente do IBRAFE, avalia esse cenário e chama a atenção para o próximo Pulse Day, que será realizado em 11 de novembro.

O mercado do milho encerrou outubro com pouca movimentação e cotações praticamente estáveis no Brasil, refletindo a combinação de negócios travados, demanda interna modesta e retomada das chuvas em diversas regiões produtoras. Enquanto no cenário doméstico os preços mantiveram-se próximos aos de setembro, o mercado internacional reagiu a fatores que ajudaram a alavancar os preços futuros. O agente autônomo de investimentos, João Santaella Neto, espera pela retomada das exportações. Muito disso se deve à seca no cinturão agrícola dos Estados Unidos, à paralisação do governo americano e ao reencontro diplomático entre EUA e China.

O mercado global do algodão encerrou outubro com cotações em alta em Nova York, impulsionadas pela expectativa do encontro entre os presidentes dos Estados Unidos e da China, embora o resultado do diálogo tenha decepcionado investidores ao não trazer medidas concretas. Enquanto o preço do contrato dezembro/25 subiu 1,6%, o setor permanece cauteloso diante do cenário de ampla oferta mundial e projeções de queda até o fim de 2025. No Brasil, por outro lado, o algodão segue valorizado, com exportações em alta. Lício Pena, diretor-executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) destaca que o protagonismo foi reforçado na feira têxtil internacional na Indonésia, onde produtores apresentaram inovações e consolidaram o país como principal fornecedor global da fibra.

As chuvas fortes e típicas da primavera animaram os produtores de café na virada para o mês de novembro. Sendo assim, são melhores as perspectivas para a safra de 2026, especialmente para a recuperação das lavouras e da folhagem dos cafezais. Apesar do alívio no campo, o mercado internacional do café registrou oscilações: enquanto o café robusta manteve estabilidade em Londres, o arábica caiu cerca de 2%, refletindo a influência de fatores climáticos e econômicos globais. O economista Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria, é quem analisa esse cenário.

O mercado do café encerrou outubro com fundamentos firmes, sustentados pela queda nos estoques certificados e pelas chuvas irregulares nas regiões produtoras do Sudeste. A oferta limitada e os altos custos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o café brasileiro — de até 50% — pressionam o mercado internacional, enquanto os torrefadores americanos enfrentam preços recordes e estoques em queda. No Brasil, agente autônomo de investimentos, João Santaella Neto, destaca a previsão de chuvas para as regiões cafeeiras, que podem movimentar o mercado.

O café registrou forte volatilidade na Bolsa de Nova York em outubro, com alta de 4,9% e máximas históricas no contrato dezembro, que chegou a US$437, antes de recuar para US$380. O spread entre os contratos dezembro e março inverteu e atingiu um inédito patamar negativo de 20 pontos, refletindo incertezas políticas e comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O agente autônomo de investimentos, João Santaella Neto, destaca a possibilidade de reversão, sugerindo possível correção das cotações até a faixa de US$350, caso o suporte de US$365 seja rompido.

O setor brasileiro de carnes encerra outubro em ritmo recorde de exportações, com destaque para a carne bovina, que deve atingir entre 330 e 340 mil toneladas embarcadas — o maior volume já registrado para o mês. O frango e o suíno também seguem em alta, com potencial de novos recordes históricos de vendas externas, estimados em 480 mil e 130 mil toneladas, respectivamente. No mercado interno, a arroba do boi paulista se aproxima de R$325, impulsionada pela demanda de fim de ano, enquanto o agronegócio como um todo deve gerar mais de R$40 bilhões em divisas ao país apenas em outubro. Vlamir Brandalizze faz um balanço dos números envolvendo as exportações ao longo do 10º mês do ano.

O mercado do feijão começa a dar sinais de recuperação no fim de outubro, com alta de até 4% nas cotações do feijão carioca e de até 2% no feijão nobre, que já é negociado entre R$220 e R$260 a saca. A melhora ocorre em meio à oferta limitada e à redução na área plantada, especialmente no Paraná, que enfrenta problemas climáticos e temperaturas baixas. Com a produção menor que a demanda e a expectativa de reposição nas gôndolas no início de novembro, Vlamir Brandalizze projeta novas valorizações nas próximas semanas. 

O plantio do arroz avança com força no Sul do país e já ultrapassa 65% da área prevista. Apesar do bom ritmo nas lavouras, produtores enfrentam preocupação com os preços, que permanecem entre R$54 e R$55 a saca — abaixo do mínimo oficial de R$63 — e cobram do governo medidas de apoio, como os AGFs, para garantir rentabilidade. Vlamir Brandalizze destaca o varejo, onde o produto segue em promoção, variando de R$13 a R$25 por pacote, enquanto indústrias e comerciantes disputam espaço para abastecer o mercado até o fim do ano.

A colheita do trigo avança rapidamente no Brasil, com 85% das lavouras já colhidas no Paraná e 20% no Rio Grande do Sul, dois dos principais produtores do país. Apesar do bom resultado no campo, o mercado interno segue morno, pressionado pelo aumento das importações, que já somam mais de 6,2 milhões de toneladas em 2025. Com preços entre R$1.100 e R$1.200 por tonelada e pouca demanda dos moinhos, produtores pedem medidas do governo para equilibrar a concorrência com o trigo estrangeiro isento de impostos. Vlamir Brandalizze comenta sobre os últimos acontecimentos do setor.

O plantio do milho de primeira safra no Brasil avança rapidamente e já atinge 87% da área prevista, superando a média histórica. Apesar do ritmo acelerado, o mercado interno segue cauteloso: produtores ainda retêm cerca de 45 milhões de toneladas à espera de melhores preços, enquanto compradores mantêm postura tímida. Vlamir Brandalizze ressalta que a exportação continua aquecida, com previsão de 6,3 milhões de toneladas embarcadas em outubro e quase 30 milhões no acumulado do ano.

O plantio da soja no Brasil alcançou 50% da área prevista, recuperando ritmo após o retorno gradual das chuvas, especialmente no Mato Grosso, que já semeou 65% da safra. Apesar da melhora nas condições climáticas, o avanço segue abaixo da média histórica e reflete atraso também na comercialização. Vlamir Brandalizze chama a atenção para as exportações: o Brasil deve embarcar 6,5 milhões de toneladas em outubro, movimentando mais de 3 bilhões de dólares.