Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

As perdas severas causadas pela mosca branca em estados produtores como Minas Gerais e Goiás, somadas à redução da área plantada e estoques limitados, já provocam reação nos preços do feijão no início de setembro. O presidente do IBRAFE, Marcelo Lüders, explica que os produtores estão mais cautelosos nas vendas. Somado a isso, há a expectativa de menor oferta, o que faz o mercado antecipar a valorização que só era esperada para outubro ou novembro. A saca de feijão carioca já atinge R$ 240 em algumas regiões, enquanto o feijão preto registra alta após anúncio de leilões da Conab.

O mercado global do algodão encerrou a primeira semana de setembro em queda, com o contrato dezembro/25 atingindo mínima histórica de 66,05 centavos de dólar por libra-peso. A pressão se dá pelo excesso de oferta e demanda fraca. Lício Pena, diretor-executivo da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (AMIPA) aponta que, apesar disso, o Brasil se destacou como principal exportador para a Índia, superando Estados Unidos e Austrália, enquanto a colheita da safra 2024/25 atinge 91% no país.

Setembro iniciou com a Conab revisando a produção brasileira, e reduzindo os números para o arábica, enquanto aumentou para o conilon. No entanto, o clima ao longo do mês será determinante para a confirmação das perspectivas. O economista Haroldo Bonfá, da Pharos Consultoria, destaca que os dados da exportação e o comportamento de outros produtores mundiais também devem influenciar nos preços ao longo das próximas semanas.

O mercado do milho abriu setembro em estabilidade e com poucas alterações. A saca segue em torno dos R$68, mantendo os patamares de agosto. Muitos produtores estão fora das negociações pois aguardam melhores oportunidades de negócios nos próximos meses. O agente autônomo de investimentos, João Santaella Neto, comenta que, apesar da pressão baixista, as cotações permanecem estáveis, influenciadas por fatores técnicos e externos.

Com 96% da área de café já colhida até o fim de agosto, a produção da safra 2025 está estimada em 55,2 milhões de sacas beneficiadas. Apesar de este ser um ano de bienalidade negativa — quando normalmente a produtividade é menor — a estimativa representa um aumento de 1,8% em relação ao volume colhido em 2024. As informações constam no terceiro levantamento da safra, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Acompanhe na reportagem de Flávia Agnello.

Marcelo Eduardo Lüders, presidente do IBRAFE (Instituto Brasileiro de Feijão Pulses e Colheitas Especiais) proseou com Francys de Oliveira sobre o potencial de comercialização do feijão, e como atender à demanda por aumento no consumo. Marcelo explicou o que atualmente é feito dentro das fazendas, onde o produtor tem utilizado muitos insumos biológicos e sistemas regenerativos; ele também fala sobre a diferença de sabores do feijão. Lüders destaca os principais polos produtivos do Brasil, o aumento da qualidade da produção nacional, e as possibilidades de crescimento para comercialização interna e para exportações.Em 2023, a Embrapa desenvolveu um concentrado de proteína a partir do feijão carioca, chamado de "bean protein", que surge como uma opção vegetal ao whey protein. Com aproximadamente 80% de teor proteico, esse produto é rico em aminoácidos essenciais e pode ser incorporado em diversos alimentos, como hambúrgueres, bebidas vegetais e suplementos nutricionais. O objetivo da pesquisa é aument

O saldo da balança comercial de lácteos apresentou menores importações no mês de agosto. Com um total de 155,4 milhões de litros negativos em equivalente-leite, agosto apresentou um avanço de 10,97 milhões de litros em relação ao mês anterior, saldo menor que em julho, já que as importações voltaram a apresentar queda. As exportações apresentaram certa estabilidade.Rafael Mendonça, direto da redação, tem mais detalhes.

Vlamir Brandalizze avalia os números envolvendo as exportações de carnes e o que pode se esperar para setembro. Boi, frango e suíno seguem com espaço cravado no mercado internacional. Internamente, os preços do bovino chamam a atenção pela firmeza.

A entrada de setembro trouxe consigo um movimento de alta, já previsto, para o feijão. Além da oferta, que será escassa nos últimos meses do ano, a mercadoria tem girado bem nos supermercados, dando respiro ao setor. Vlamir Brandalizze chama a atenção para outro ponto: os feijões de qualidade colhidos na terceira safra tem sido levados para as câmaras frias pelos produtores que aguardam o pico das cotações no fim do ano. Isso torna a oferta atual ainda mais limitada.

Os preços do arroz voltaram a perder força no começo de setembro. Além do valor de comercialização nas gôndolas dos supermercados, que não dão margem de lucro aos produtores, novos fatores de baixa chegaram para os arrozeiros. Vlamir Brandalizze cita dois em especial: o enfraquecimento das exportações e a safra gaúcha, que ainda tem mais de 50% da produção para ser comercializada.

O mercado do trigo se encontra estagnado há alguns meses. E a tendência é que esse cenário não mude tão cedo. Há muita mercadoria sendo escoada da Rússia e isso pressiona negativamente as cotações. Vlamir Brandalizze explica que, apesar da existência de alguns fatores de alta, como a demanda maior que a produção, alta oferta e pressão macroeconômica (como a valorização do dólar e queda no petróleo), a tendencia é o mercado segurar os preços.

Os olhares dos produtores de milho começam a se voltar para a safra de verão. Ainda que não seja a principal do ano, é um importante balizador para o cereal e para outras culturas. Inicialmente, em meio à calmaria de preços registrados nos últimos meses, era estimada uma queda expressiva na área plantada para o início de 2026. Contudo, esse corte deve ser menor que o esperado. Vlamir Brandalizze explica que vários produtores estão vislumbrando boas margens de lucro para o primeiro semestre de 2026.

A abertura do mês de setembro trouxe um cenário de calmaria para o mercado da soja. Em Chicago, os preços estão acumulando baixas. Isso se deve à ausência da China, que há quase quatro meses não compra a oleaginosa dos Estados Unidos, acumulando estoques por lá. Esse movimento interfere também no Brasil que observa uma ligeira queda nas cotações nos portos. Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, destaca que o momento atual deve ser de saída dos produtores do mercado, com foco em novas altas futuras.

Joãozinho Grafista analisa os fatos que movimentaram o mercado do café ao longo da primeira semana de setembro. Um levantamento feito pela Rabobank aponta que, novamente, a safra de café no ciclo 2025/26 será apertada. O superávit nos estoques está projetado com a estreita marca de 1,4 milhão de sacas.

A Comissão temporária sobre as relações econômicas com os Estados Unidos aprovou o seu plano de trabalho. A relatora, senadora Tereza Cristina (PP-MS), quer continuar o contato com parlamentares norte-americanos e acompanhar a adoção das medidas pelo governo brasileiro para reduzir os prejuízos para os empresários e produtores rurais. O presidente da Comissão, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), afirmou que o Brasil, neste momento, precisa de planejamento e estratégia para não ser atingido de surpresa por novas medidas protecionistas. Reportagem de RODRIGO RESENDE

O Senado lançou a Frente Parlamentar das Ferrovias Autorizadas para incentivar investimentos privados e destravar projetos do setor. Presidida pelo senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), a Frente pretende debater mudanças no licenciamento ambiental e medidas para ampliar a participação da iniciativa privada. O modelo de autorizações foi criado pela Lei das Ferrovias, de 2021, que prevê menos burocracia, maior segurança para os investidores e diretrizes de compartilhamento da infraestrutura ferroviária.Henrique Nascimento tem mais detalhes direto do Senado Federal.

Desde o dia primeiro de agosto de 2025, já é válida em Minas Gerais a lei que prevê o ensino de conteúdos sobre produção agrícola no ensino básico em todo o estado. Pela nova norma, assuntos ligados à agropecuária, aos saberes e tradições da população do campo devem se tornar matéria nas salas de aula, na rede pública mineira. Flávio Júnior tem mais informações direto da Rádio Assembleia.

Outorga d´água, irrigação e tecnologias de reserva hídrica eram, até pouco tempo, recursos pouco acessíveis a muitos produtores rurais de MG. No entanto, desde que o governador Romeu Zema assinou, em julho deste ano, o decreto que regulamenta a Nova Política de Agricultura Irrigada Sustentável, produtores rurais têm procurado a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) em busca de informações. João Pedro Ribeiro chega com mais detalhes direto da Agência Minas.

Comunidades rurais vivendo sem acesso a saneamento básico, com prejuízos à saúde e ao meio ambiente, poderão ser beneficiadas com a criação de nova política estadual para tratamento de esgoto doméstico, prevista em projeto de lei aprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Trata-se do PL 781/23, dos deputados Delegado Christiano Xavier (PSD) e Antonio Carlos Arantes (PL), que institui a Política de Incentivo à Instalação de Fossas Sépticas Biodigestoras nas Áreas Rurais do Estado de MG. Quem tem mais informações é o repórter Flávio Júnior.

A Câmara dos Deputados aprovou quatro projetos voltados ao combate da insegurança alimentar e ao fortalecimento da agricultura familiar. Três deles seguem para sanção presidencial. Entre os destaques está o PL 4384/23, que cria um Plano Safra específico para a agricultura familiar e transforma o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) em lei. O objetivo é ampliar o acesso ao crédito para os agricultores mais vulneráveis, incluindo assentados da reforma agrária, indígenas e quilombolas. A reportagem é de Antônio Vital.